sábado, 9 de outubro de 2010

Em que acreditar?

Raríssimas foram as oportunidades ao longo de sua história, em que o brasileiro teve sua plena e legítima capacidade de pensar de forma independente do que lhe estava sendo apresentado. Desde as épocas que reis colonizadores, imperadores, governadores civis e militares até a era dos governos de regime “democrático”, o comportamento dos brasileiros foram, de certa forma, moldado por aqueles que dominavam os meios de comunicação.

Segundo uma definição de povo e massa pelo Papa Pio XII, em uma rádiomensagem no Natal de 1944, "... o POVO é formado por indivíduos que se movem por princípios. Ele é ativo, agindo conscientemente de acordo com determinadas idéias fundamentais, das quais decorrem posições definidas diante das diversas situações em que vivem...” em contrapartida, a MASSA seria "... um grupo de indivíduos que não se movem, mas que são movidos por paixões. A massa é sempre passiva. Ela não age racionalmente e por sua conta, mas se alimenta de entusiasmos e idéias estáveis. É sempre escrava das influências instáveis da maioria, das modas e dos caprichos..." Fonte: http://www.webartigos.com/articles/10725/1/Cultura-de-Massa/pagina1.html#ixzz11f9vzVxv

Baseado nas brilhantes e esclarecedoras definições acima citadas, entendo como povo, aquelas pessoas que mantinham posições, idéias e comportamentos próprios e de forma independente do que se impunha por quem tinha o poder de manipulá-las.  Mas, será que podemos citar algum movimento de libertação em nossa história, cujo o povo envolvido não figurou como massa, que foi manipulada por aqueles que tinham idéias próprias e contrárias àquelas oriundas das classes dominantes?   

Alguns mais esclarecidos e conscientes, também comungavam das idéias apresentadas por seus líderes. Contudo, acredito que uma grande parte das pessoas envolvidas em lutas e processos históricos de cunho político e social, cujo objetivo era obter mudanças, se engajava pelo simples fato de se opor ao sistema dominante manipulada por seus lideres, e não por acreditar com consciência e de forma independente, naquilo que realmente defendiam.


Hoje sofremos um bombardeio de informações através de diversos meios de comunicação, sendo a internet e a televisão as mais usadas como forma de manipular a massa.  Impondo consumismo, costumes alimentares, ritmo de vida, preferências e, por tanto, a forma de  pensar e de se comportar do indivíduo, devido à facilidade em se disponibilizar seu acesso pelas pessoas e somada a alienação e a fragilidade crítica destas, os meios tecnológicos de comunicação fazem com que qualquer notícia divulgada através de muitas fontes, automaticamente seja taxada pela massa como verdade inquestionável.

O processo eleitoral de 2010 nos mostrou, em alguns casos, a força do poder manipulador dos meios de comunicações, cuja potente e impressionante arte persuasiva levanta multidões, instigando-as a acreditar em factóides que determinam o resultado final de um pleito eleitoral. 

Devemos aguçar nossos sentidos, interpretar mais e termos nossa própria compreensão do que se passa.